Estratégias para um bom som de guitarra

Estratégias para um bom som em qualquer processador de efeitos 

Olá, gente!

As novas tecnologias de áudio trouxeram infinitos recursos, acabou aquele dilema de que o melhor som de guitarra é A ou B. Temos equipamentos digitais com excelente qualidade posso ditar aqui o Quad Cortex, Kemper, Line 6 POD GO, GT1000 BOSS, Zoom G6 etc… E para os amantes do som analógico continuamos a ter aquele velho mundo analógico que todos nós conhecemos já há muito tempo.

Antes de tocar bem, deve-se ter um bom som. De nada adianta ter uma boa técnica, conhecer harmonia, ser melódico ao improvisar se o som não estiver a chegar ao ouvinte com qualidade.

Hoje eu trago para vocês algumas estratégias que adotei depois de muitos anos na estrada e muitos erros e acertos. Não vou ensinar como programar o efeito A ou B, mas sim como preparar o sinal que vai ser processado de maneira que fique em condições de se ter um bom som.

Não estou a ditar regras, mas foi o que sempre funcionou para mim.

Tipo de ligação

Temos de ter em consideração que se formos tocar em linha usaremos as simulações de amplificadores e se formos ligar a guitarra na “frente” de um amplificador deve-se desligar as simulações e utilizar o processador como uma pedaleira comum.

Ligação na "frente" do Amplificador


Nivelando o sinal de entrada da guitarra para o processador

O sinal que sai da sua guitarra depende do tipo de pick-up, ou seja, cada pick-up de guitarra tem um perfil que pode ser de alto, médio ou baixo ganho.

Pick-up Single


Isso vai influenciar diretamente no nível de entrada de sinal para o efeito, por isso deve-se ter em atenção e monitorizar o sinal que entra, aconselho a ter um preset para cada tipo de perfil/pick-up.

Nivelando o sinal de saída

Quando digo sinal de saída, é o sinal que sai do processador de efeitos para o amplificador/mesa.

O sinal que sai do processador de efeitos deve ter o nível adequado para que não haja distorções indesejadas (clipagem). Aconselho a monitorizar o sinal, leia o manual do equipamento para ter certeza que realiza essa ação corretamente.

Depois de encontrar o nível adequado aconselho a memorizá-lo e sempre utilizar o mesmo nível em todos os bancos de timbres.

Temos de ter em consideração também o cabo que se usa, pois há perdas de sinal e o comprimento do cabo tem relação direta com isso. Já tive experiências em palco que deixaram muito evidentes o quão um cabo de qualidade e que tenha um comprimento adequado tem influência no som.

 Verificação sonora do nível resultante

Então para verificar o nível do sinal resultante depois de nivelar a entrada e a saída que foram abordadas no ponto anterior, aconselho a desligar todos os efeitos/simulações existentes no processador e realizar a comparação entre o som ligado diretamente no amplificador/mesa sem passar pelo processador (ligado direto). Convém que a equalização do amplificador/ mesa esteja em Flat (equalização neutra).

Escolha da estratégia de construção do som

Como já mencionei anteriormente, há dois cenários distintos:

Vou focar na ligação em linha, pois normalmente a diferença entre as ligações está nas simulações. Para ligar na frente de um amplificador deve-se deixar as simulações de amplificador desligadas e usar o processador como se fosse uma pedaleira comum.

 Estratégia para ligar a guitarra em linha

GT100 em linha DI


Antes de tudo deve-se ter em conta onde o seu som vai ser construído, ou seja:

Qual é a referência sonora?

Então partimos para escolher o amplificador ideal. Entre os amplificadores disponíveis no seu equipamento escolha o de sua preferência.

Nos dias de hoje temos processadores que disponibilizam uma infinidade de recursos de tipos de caixas, tipos de microfones, posições e há ainda as tecnologias de IR (impulse response) que tem haver com a particularidade sonora das caixas, alto-falantes e microfones reais. Isso é feito por meio da geração de um impulso em uma cadeia de sinal.

Se você é iniciante, eu aconselho a simplificar essa etapa e escolher um combo simples sem muitas combinações.

A diferença entre volume e ganho

Como já escolhemos o nosso amplificador há dois conceitos básicos que vamos ter em conta.

O ganho está relacionado à distorção e à saturação do som da guitarra, enquanto o volume determina o quão alto ou baixo o som será reproduzido, sem afetar diretamente sua qualidade tonal. Ambos os controles são essenciais para esculpir o timbre desejado. O equilíbrio entre ganho e volume é fundamental para obter o som ideal.

Estratégia para som limpo

Como já referi no ponto anterior o ganho está relacionado com a distorção, e como queremos um som limpo, este deve ser baixo. Relativamente ao volume tente equilibrar o volume em função do nível sonoro da guitarra ligada diretamente à mesa.

 Estratégia para som drive/crunch

Neste cenário temos de nos remeter aos amplificadores valvulados e por isso entramos no estágio de ganho levemente acentuado.

Dependendo do objetivo final drive/crunch o nível de ganho deve ser maior ou menor. É claro que isso vai variar em função do amplificador em causa Marshall, Mesa boogie, Vox, Laney, Fender, etc… Particularmente eu gosto do Marshall.

Amplificadores de Guitarra


Drive para solos

Sugiro sempre que se tenha uma referência sonora de base, ou seja ter em consideração os pontos anteriores. De maneira que tenha o ganho suficiente, este pode ser incrementado em relação ao ponto anterior aproveitando-se da base sonora já construída.

Resumindo, aumentamos o ganho do estágio anterior (não muito) e usamos um pedal de drive para “empurrar” o som. Por exemplo Steve Vai gravou vários temas com um Tube Screamer a “empurrar” o som de guitarra. Vai do gosto de cada um, pode-se usar desde um Blues Driver (Boss), até um Overdrive qualquer da sua marca preferida.

Sugiro que deixe o ganho do pedal no mínimo e o volume no máximo, é claro que o volume de saída vai depender do volume do amplificador.

Este é o estágio com mais ganho, porém alguns guitarristas usam o ganho no amplificador moderado e a sustentação do som fica por conta do pedal que vai empurrar o som.

Efeitos de ambiência e modulações (Delay, Reverb e Chorus)

Os efeitos de ambiência guitarra são uma categoria de efeitos de áudio projetados para adicionar profundidade, espaço e textura ao som da guitarra. Eles são usados para simular diferentes ambientes acústicos, como salas de concerto, salas de reverberação, ambientes de plate reverb e muito mais.

Pedal Delay


Não vou entrar nesse assunto, deixarei para outro artigo dedicado só para este ponto.

Como deixei claro no início do artigo, as minhas sugestões tiveram como base a minha experiência ao longo de muitos anos de estrada pelos palcos da vida e não são regras.

Sejam felizes e até a próxima!


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